Quando a Superdotação Necessita de Acompanhamento Médico e Terapêutico?

A superdotação pode exigir acompanhamento médico e terapêutico em certos casos. Descubra quando buscar ajuda especializada e os benefícios desse suporte.

Muitas pessoas ainda acreditam que a superdotação (Altas Habilidades/Superdotação – AH/SD) está ligada a um dom extraordinário que torna a vida mais fácil. No entanto, essa condição não é apenas um talento ou uma capacidade acima da média – ela traz desafios reais para o neurodivergente, tanto no âmbito emocional quanto no social.

Embora a superdotação não seja considerada uma doença nem um transtorno, ela pode demandar acompanhamento médico e terapêutico em alguns casos. Especialmente quando se trata da Dupla Excepcionalidade, que dentro da neurodivergência, ocorre quando a AH/SD está presente junto a outras condições, como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), TEA (Transtorno do Espectro Autista). Tudo pode se tonar ainda mais delicado quando temos associado outros transtornos psiquiátricos (além do TEA ou do TDAH), como por exemplo o Transtorno Bipolar (TAB), o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN), o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) , Depressão, dentre outros.

Neste artigo, vamos entender quando buscar suporte profissional e como isso pode fazer a diferença na vida de um superdotado.

Superdotação Não é uma Doença, Mas Pode Trazer Dificuldades

A superdotação está associada a um funcionamento cerebral diferenciado. Pessoas com AH/SD processam informações de maneira acelerada, possuem alta sensibilidade emocional e podem ter dificuldades para se adaptar a normas sociais e estruturas rígidas.
Isso pode gerar desafios como:

  • Sensação constante de inadequação
  • Dificuldade em encontrar pares que compartilhem seus interesses e nível de profundidade
  • Intensidade emocional e crises existenciais
  • Altos níveis de autoexigência e perfeccionismo
  • Propensão a ansiedade, depressão e esgotamento mental

Embora esses desafios não caracterizem um transtorno, em alguns casos, o suporte terapêutico pode ser essencial para ajudar o superdotado a lidar com as dificuldades emocionais e sociais que surgem ao longo da vida.

Quando a Dupla Excepcionalidade e Outros Transtornos Psiquiátricos Exigem Acompanhamento?

A Dupla Excepcionalidade (2E) ocorre quando a superdotação está presente junto a outro diagnóstico neurodivergente ou psiquiátrico, como:

  • TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade): impulsividade, dificuldades com foco e organização podem coexistir com um pensamento acelerado e uma inteligência acima da média.
  • TEA (Transtorno do Espectro Autista): hipersensibilidades, dificuldades sociais e padrões de pensamento rígidos podem se mesclar a um alto potencial intelectual.
  • Transtorno Bipolar (TAB): oscilações de humor entre euforia e depressão podem ser confundidas com a intensidade emocional característica da superdotação.
  • Transtorno de Personalidade Borderline (TPB): dificuldades em regular emoções, medo intenso de abandono e crises de identidade podem ser agravadas pelo pensamento intenso e sensível do superdotado.
  • Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN): em alguns casos, um superdotado pode desenvolver padrões de comportamento narcisista como forma de defesa contra rejeições e frustrações constantes.
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Depressão: a sensação de não pertencimento, a sobrecarga mental e o perfeccionismo podem levar a altos níveis de ansiedade e crises depressivas.

Nesses casos, o acompanhamento multidisciplinar é fundamental para garantir o bem-estar da pessoa e ajudá-la a desenvolver suas habilidades de forma saudável.

Como a Terapia e o Acompanhamento Psiquiátrico Podem Ajudar?

A terapia voltada para neurodivergentes pode trazer diversos benefícios, tais como:

  • Autoconhecimento – entender como seu cérebro funciona e aprender a se aceitar.
  • Regulação Emocional – lidar melhor com frustrações, ansiedade e crises existenciais.
  • Desenvolvimento de Habilidades Sociais – facilitar a interação com os outros.
  • Gerenciamento de Impulsividade e Foco (para quem tem TDAH).
  • Suporte para Sensibilidades Sensoriais (para quem tem TEA ou é Altamente Sensível – PAS).
  • Identificação de padrões emocionais ligados a transtornos psiquiátricos e necessidade de intervenções médicas.

Além da terapia, em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário para avaliar se há necessidade de medicação, especialmente para tratar transtornos como ansiedade severa, depressão e oscilações de humor intensas.

Buscar Ajuda Não é Fraqueza, é Autocuidado

Se você tem superdotação e sente que está enfrentando desafios que impactam sua qualidade de vida, não hesite em buscar ajuda profissional. A superdotação não precisa ser solitária nem um fardo. Com o suporte adequado, é possível transformar suas habilidades naturais em uma fonte de realização e equilíbrio.

Se identificar é o primeiro passo. Se cuidar é o segundo. E você não precisa fazer isso sozinho(a).

O que você tem sentido em relação à sua superdotação? Você já buscou algum tipo de suporte?

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